Interseccionalidade
A interseccionalidade diz respeito ao estudo que envolve questões do feminismo negro, no contexto racial e no qual se verificam ainda mais presentes as desigualdades existentes entre gêneros.
Se o feminismo tem o escopo de dar efetividade a igualdade entre homens e mulheres perante a sociedade e a lei, já a teoria da interseccionalidade que luta para obter igualdade entre os gêneros e raças de um modo mais nichado, movimento das mulheres negras.
Igualdade na Constituição
Observe nesse sentido o que aduz o artigo 5º, caput da Constituição Federal de 1988:
Art. 5 – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade…
O que é Interseccionalidade? Conceito
Dispondo sobre o conceito de interseccionalidade, aduz Carla Akotirene, autora da obra O Que é Interseccionalidade [1]:
“demarca o paradigma teórico e metodológico da tradição feminista negra, promovendo intervenções políticas e letramentos jurídicos sobre quais condições estruturais o racismo, sexismo e violências correlatas se sobrepõem, discriminam e criam encargos singulares às mulheres negras.”
Vislumbra-se que a mulher negra é vítima de preconceito que vai além das desigualdades de gênero, sendo nesse sentido o estudo que informa, do maior para o menor, quais indivíduos estão no topo da pirâmide no que se refere aos valores pagos a título de salário (Homem branco – Mulher branca – Homem negro – Mulher negra).
Exemplos e Obras
Dispondo sobre o tema, prossegue a autora supracitada informando que a interseccionalidade:
(…) instrumentaliza os movimentos antirracistas, feministas e instâncias protetivas dos direitos humanos a lidarem com as pautas das mulheres negras (…)
Além de ser vítima como mulher, a mulher negra sofre preconceito racial, tendo seu corpo tão, ou ainda mais, sexualizado que de mulheres brancas, vivendo muitas vezes no esquecimento e isoladas da sociedade.
Outra obra de grande relevância é a da autora Djamila Ribeiro, que tem por título Quem tem medo do feminismo negro?. A referida obra dispõe sobre as particularidades de ser mulher negra nos dias de hoje, consideradas ainda mais vítimas dos ataques ao gênero e das desigualdades daí advindas.
Uma forma de combate ao preconceito enfrentado por mulheres negras é através da contratação destas mulheres aos mais diversos tipos de trabalho, em todos os níveis da escala hierárquica empresaria, de forma a oportunizar que se destaquem e que receberem salários equitativos às demais mulheres e homens.